Jornal Correio - Caderno Revista
PÍFANOS 11/06/2005
Sons do Nordeste para esquentar o sábado
Pifarinha entoa os ritmos do forró e do congado no Estação Cultura
ARTHUR FERNANDES Repórter
DORIVAL DIAS
Pifarinha é formado por alunos do curso de Artes Plásticas da UFU
Os apreciadores da sonoridade nordestina têm uma boa pedida hoje à noite em Uberlândia. A banda de pífanos Pifarinha se apresenta, a partir das 22 horas, no Estação Cultura. Para os mais desavisados, o pífano é uma espécie de flauta confeccionada em bambu ou taquara. O grupo é formado por quatro estudantes de Artes Plásticas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), que utilizam, além do instrumento de sopro, a percussão com tambor, a caixa e o pandeiro. O som instrumental do terno (grupo musical) bebe da água do congado e do forró e uma das maiores influências é a banda de Pífaros de Caruaru que, recentemente, se apresentou em Uberlândia.
O Pifarinha foi formado há pouco mais de um ano, despretensiosamente, em um festival na UFU. "De lá pra cá, tem surgido vários convites. Fizemos outros projetos, como o UFuzuê e o Arte na Praça, conta o percursionista Glayson Arcanjo.
O nome do grupo é uma alusão bem-humorada ao "Sertão da Farinha Podre", denominação do vilarejo do século 19, que resultou no que é hoje Uberlândia. "Além da relação direta da farinha com o Nordeste", frisa.
Já o pífaro é um instrumento de origem indígena e chama a atenção pela rusticidade. Glayson diz que as notas variam sempre de um para outro. "Ele tem menos recursos que uma flauta transversal. O som é mais natural. As notas não são perfeitas, elas têm algumas imperfeições, uma mesma nota não será igual à de outro pífano. Esse é o grande charme", define Glayson.
O músico observa que o apelo para o som nordestino tem crescido em Uberlândia, principalmente, no meio universitário. Para difundir esta cultura brasileira entre as novas gerações, o Pifarinha se apresenta em escolas para mostrar o instrumento de sopro. "O projeto leva os ritmos do pífano e da música nordestina para estudantes da cidade. É bacana porque mostrávamos o instrumento que a maioria dos meninos não conhecia", entusiasma-se.
Não é só a música que carrega a influência do Nordeste brasileiro. Junto com o som vêm as danças típicas e as vestimentas. "Têm bandas que só tocam o pífano e não têm percussão. Já outras têm danças. Na maioria das vezes, a roupa usada é uma farda, referência dos cangaços", explica Glayson.
O próximo passo do Pifarinha é gravar um disco com composições próprias e músicas de artistas reverenciados pelos integrantes do terno. "Estamos em fase de composição. Esperamos lançar o CD no primeiro semestre de 2006. Serão 12 faixas e ainda não definimos quais músicas, além das nossas, que estarão no álbum", planeja o músico.
SERVIÇO
O QUÊ — espetáculo de música instrumental nordestinaQUEM — Banda de Pífanos Pifarinha
QUANDO — hoje, a partir das 22 horas
ONDE — Estação Cultura, praça Francisco Cotta Pacheco, 14, CentroQUANTO — R$ 6 (couvert) e R$ 6 (consumação mínima)
INFORMAÇÕES — 3219 3333
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